14/12/2009

Mega-magnífica actualização bloguista

Em jeito de espírito natalício, quebraremos o hiato de postagem que iniciamos perto de Março do ano que acaba em breve. Uma paragem perto do inevitável, também reforçada por circunstâncias impossibilitatórias e coisas do arco da velha.

Enfim, a reportar: o fantástico Milenário ocorreu dentro de turbulentos conformes, como é pedido. Uma bela fotoreportagem disponibilizada pelo nosso amigo Henrique poderá descrever melhor a festança:

http://picasaweb.google.com/henriqpatricio/RealRepublicaBotaAbaixo#

Vejam! Quem foi, que relembre, e quem não foi... temos pena!

Pronto, nada muito mais a acrescentar, por agora. Feliz natal e boas passagens, a quem o aceite... e ver-nos-emos no próximo ano, que será carregadinho de actividades Bota-Abaixenses.

Ká-Trá-Ká!

25/03/2009



A Real República Prá-Kys-Tão e a Real República do Bota-Abaixo vão organizar, no próximo sábado, dia 28 de Março:

- um dia com actividades culturais com música, poesia, exposição de fotografias, curtas, instalação artística
(Local: Real República Prá-Kys-Tão)
(Hora: A partir das 15h)

- uma noite de festa, com concertos (The Cotonettes e Bigorna) e Dj's (Revival, Rock Electrónico e World Music)
(Local: Salão Monumental)
(Hora: A partir das 22h)

04/03/2009

Ciclo de Cinema Documental em Março



A Real República do Bota-Abaixo irá realizar, durante as segunda-feiras deste mês de Março, um Ciclo de Cinema Documental. Segue em baixo uma pequena sinopse dos filmes a apresentar:

* Mondovino

O filme é uma investigação sobre o tema da globalização, tendo como principal personagem a indústria do vinho e a transformação das formas de produção no velho mundo, influenciadas pelo mercado americano. O director aponta o voraz apetite financeiro americano, que através de críticos e consultores, e apesar da resistência dos pequenos produtores locais, vem substituindo a tradição pelo cifrão.

Ficha Técnica:
Realização: Jonathan Nossiter
Argumento: Jonathan Nossiter
Ano: 2004
Duração: 135’

(texto: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mondovino)

* Os respigadores e a respigadora

Uma pequena celebração da vida, da acção e da liberdade.
Luis Miguel Oliveira, Público

Um filme onde se contemplam quadros e se abservam pessoas, um filme de encontros e a expressão do amor pela pintura e pelo cinema.
Maria João Madeira, O Independente

É um desses raros pequenos filmes com um grande (infindável) mistério no seu interior. É também, desse ponto de vista e de todos os pontos de vista... um filme completamente feliz, uma grande homenagem - que já não se julgaria possível - à arte e ao cinema.
João Mário Grilo, Visão

A partir de um célebre quadro de Millet, o filme de Agnès Varda é um olhar sobre a persistência na sociedade contemporânea dos respigadores, aqueles que vivem da recuperação de coisas (detritos, sobras) que os outros não querem ou deixam para trás. A respigadora, nesse sentido é Agnès Varda, que experimentando pela primeira vez uma pequena câmara digital, se quer assumir como uma "recuperadora" das imagens que os outros não querem ver nem fazer, e que portanto deixam para trás.

Ficha Técnica:
Realização: Agnès Varda
Intérpretes: Bodan Litnanski, Agnès Varda e François Wertheimer
Ano: 2000
Duração: 79’


(texto: http://gaia.org.pt/node?page=6)


* Outro país: Memórias, Sonhos, Ilusões… Portugal 1974/1975


A revolução dos cravos vermelhos em Portugal? A última revolução romântica do século, para muitos uma impensável ameaça comunista, para outros um laboratório de sonhos e política, um espaço excitante para jovens e talentosos fotógrafos e realizadores. Pessoas como Sebastião Salgado, Glauber Rocha, Robert Kramer, Dominique Isserman, Santiago Alvarez, Pea Holmquist, Jean Gaumy, viajaram até Portugal e aí viveram até a festa terminar. O que resta desta inesquecível experiência?

Ficha Técnica:
Realização: Sergio Trefaut
Argumento: Sergio Trefaut
Ano: 2000
Duração: 70’

(texto: http://www.acasaportuguesa.com/blog/2007/04/25-de-abril-da-revoluo-ficaram-os.html)


* Ainda há pastores?


Há lugares como Casais de Folgosinho que quase não existem. Não há luz eléctrica, água canalizada, nem estradas. Perde-se no silêncio de um vale entre as montanhas da Serra da Estrela. Em tempos foi um autêntico santuário de pastores… Hoje, os mais velhos vão morrendo e os novos fogem da dura sina de ser pastor. Hermínio, 27 anos, contraria o fim. Dizem que é o pastor mais novo, mas também o mais doido. Sozinho, rádio na mão, rasga montanhas ao som das cassetes do popular cantor Quim Barreiros, que um dia sonha conhecer. Os sons das cassetes e do rádio puxam-no para longe de uma vida de solidão. São a união entre dois mundos diferentes. Até quando o jovem Hermínio será pastor? Mas…ainda há pastores?

Ficha Técnica:
Realização: Jorge Pelicano
Argumento: João Morais, Jorge Pelicano e Cátia Vicente
Produtor: Jorge Pelicano
Ano: 2006
Género: Documentário
Duração: 72’

(texto: http://filmesportugueses.com/ainda-ha-pastores/)

23/02/2009

Texto publicado na Cabra

Na passada terça-feira, dia 17 de Fevereiro, foi publicado o jornal A Cabra com um artigo de opinião enviado pela Real República do Bota-Abaixo acerca de uma publicação levada a cabo pela Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra chamada "Actua Academia", em que se descrevem as diferentes Repúblicas desta cidade.
Nesse artigo figuram algumas (não muito agradáveis) críticas a essa publicação, assim como um pequeno texto descritivo da casa que rectificasse os muitos erros que lá figuravam.

Segue ele então, na íntegra:

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Actua, Bota-Abaixo!

No seguimento da publicação do “Actua Academia” pela anterior DG/AAC, a Real República do Bota-Abaixo entendeu manifestar-se publicamente em reacção à atitude, profissionalismo, dedicação e boa fé com que se elaborou o mesmo, apresentando-se, tanto em forma como em conteúdo (no nosso entender), vago, mal construído, enganador, ignorante às verdadeiras dinâmicas daquilo que são as vivências em República, numa palavra, medíocre.

Tanto no processo de desinformação sistemática com que os dados foram adquiridos como na forma enganosa e kafkiana como, quer o acordo, quer a publicação do “texto”, foram processados, os responsáveis do “Actua Academia” mostraram nada menos do que total incompetência, falta de tacto ou experiência ao nível mais baixo das relações institucionais. Desde entrevistas telefónicas duvidosas a afirmações inventadas ou recolhidas de fontes paranormais, a tudo parecem ter recorrido, excepto ao contacto directo, pessoal e profissional.

Assim, e em rescaldo do recente pedido de desculpas levado a cabo pela actual DG, o Bota-Abaixo, num gesto magnânimo de um altruísmo sem precedentes, aprovisiona aos menos informados uma visão mais profícua daquilo que entendemos ser a realidade dentro dos nossos Reais paços:

A Real República do Bota-Abaixo foi fundada aquando da destruição da velha Alta na década de 40. O Bota-Abaixo esteve instalado na zona a destruir, na rua do Borralho, sendo depois transferida para a sua actual morada, na rua de S. Salvador.

Durante o movimento académico de 69/70, no decurso da “Crise”, o Bota-Abaixo esteve, como a maioria das repúblicas, envolvida no processo de contestação ao regime, tendo um dos repúblicos, Horácio Duarte de Campos, sido preso por ser um dos signatários do decretus de Luto Académico e Abolição da Praxe, em 1969.

Em 1988, foi criada a Associação Real República do Bota-Abaixo, constituída por antigos e actuais repúblicos. Graças ao esforço de várias gerações esta conseguiu, em 2002, comprar finalmente o edifício onde se situa a República.

Actualmente, a República do Bota-Abaixo, com todo o espírito que a rodeia, continua bem viva, e é habitada por uma geração de repúblicos que tenta manter este espírito. Todos os cargos hierárquicos praxisticos foram abolidos, e o único “cargo” que se mantém é o de Xerife, exercido por todos os actuais repúblicos em rotatividade mensal.

A Casa, enquanto República, mantém um papel activo na vida social coimbrã. Exemplo disso são a cooperação – frisa-se, cooperação, já que foi uma deliberação do Conselho de Repúblicas – nos Respúblicas, a realização de ciclos de cinema e workshops, bem como outros eventos de cariz cultural abertos a toda a comunidade.

Em relação à praxe, a República optou por não ter uma posição barricada no extremismo anti/pró-praxe. Assim,“…consideramos excessiva e evitável a acoplagem acrítica que se faz entre a vida universitária e os fenómenos praxísticos” (Manual do Caloiro de 2001).

Terminamos dizendo que a Real República do Bota-Abaixo tem as suas portas abertas a todos os estudantes e assumimo-nos como uma alternativa de socialização, onde não há espaço para hierarquias e humilhações, onde se convive de forma comunitária, se partilham experiências e saberes entre repúblicos e comensais, que vêm de vários sítios do país e do mundo e que estudam nos mais variados cursos do Ensino Superior. Achamos positiva qualquer aproximação por parte da AAC às Repúblicas, desde que de um modo construtivo, dinâmico, informativo e responsável.

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03/02/2009

Outro centenário (2007)











Outro centenário (2007).

Mais fotos.

Retratos.

Outro artista (Albino Matos)...

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28/01/2009

BPI e Sonae no Conselho Geral da UC

Este ano tivemos a infelicidade de assistir a mais um passo, dado pelo governo PS, no caminho da destruição do ensino superior público português: a aprovação do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) que, entre outras coisas, permite a entrada de “elementos externos” (leia-se empresas e grupos económicos) na gestão das políticas das universidades. Este processo inicia-se com a publicação, em 2006, de um relatório elaborado pela OCDE, relativo ao ensino superior português. Em 2007, governo Sócrates aprova o RJIES, a lei que passaria a reger as instituições do ensino superior público, inspirando-se no relatório da OCDE e remodelando o modelo de gestão das universidades, com a criação de um Conselho Geral onde a participação dos estudantes é reduzida a um mínimo e onde se prevê a entrada dos chamados “elementos externos” à instituição. Nesta altura, já se poderia imaginar que elementos externos seriam esses. Em Coimbra, a adaptação dos estatutos da universidade ao RJIES resultou no fim da paridade nos órgãos, com os estudantes a verem a sua participação reduzida a uma formalidade simbólica. Acabou-se com os órgãos democráticos da Universidade de Coimbra, como o Senado (que se transformou num órgão meramente consultivo), e a Assembleia de Representantes, órgão extenso onde o princípio democrático se encontrava melhor representado. Em seu lugar, foi instituído um Conselho Geral, constituído por 18 representantes dos professores e investigadores, 5 representantes dos estudantes, sendo quatro do 1.º e 2.º ciclos e um do 3.º ciclo, 2 representantes dos trabalhadores não docentes e não investigadores, e 10 “personalidades de reconhecido mérito, externas à Universidade de Coimbra”. É nestes “elementos externos” que nos queremos centrar neste texto.

Já desde os tempos do relatório da OCDE que certos sectores da academia vinham alertando para o que a intromissão destas “personalidades de reconhecido mérito” significava verdadeiramente: a permeabilização da Universidade aos interesses de privados, chegando os representantes dos grupos económicos ao mais alto órgão de gestão da Universidade de Coimbra. Depois de meses, e após as falhadas “lutas de gabinete” levada a cabo pelos nossos comodistas e algo cobardes dirigentes da AAC, elege-se o Conselho Geral e finalmente vemos quem são essas “personalidades de reconhecido mérito”. Infelizmente, os sectores que acima referimos, sectores de oposição às recentes Direcções Gerais da AAC, tinham razão. Em primeiro lugar, o presidente do Conselho Geral é Artur Santos Silva, cujo “reconhecido mérito” é ser presidente do conselho de administração do BPI (triste sina a nossa, quando banqueiros presidem a um dos mais altos órgãos de gestão da universidade). Além desta “personalidade”, temos também, por exemplo, Almeida Santos ou Maria de Belém Roseira, ou outras personalidades, representantes de empresas e grupos económicos, como o empresário Gonçalo Quadros (cujo “mérito” deve ser certamente o facto de presidir à Critical Software), Luís Almeida (director-adjunto do Departamento de I&D da Bial), Rodrigo Costa (presidente da comissão executiva da ZON Multimédia), António Gomes de Pinho (presidente da Fundação de Serralves) ou Luís Filipe Reis (administrador executivo da Sonaecom).

De facto, agora confirma-se o que significa realmente “abrir a Universidade à sociedade civil”. Trata-se de abrir a Universidade aos interesses de empresas e grupos económicos, que agora terão uma palavra a dizer sobre a fixação da propina, a fusão ou extinção de faculdades, a passagem a fundações e a eleição do reitor. Realmente, o BPI ou a Sonaecom terão maior peso nas decisões que os próprios estudantes, visto que no Conselho Geral têm assento 5 estudantes, enquanto que elementos externos são 10. Chamem-lhe o que quiserem, mas, no nosso ponto de vista, isto não pode ter outro nome que não privatização! É a total subordinação da universidade pública aos interesses privados. Não vemos o presidente do conselho de administração do BPI ou da Sonaecom muito preocupados com a qualidade dos planos curriculares que não lhe interessem, por exemplo dos cursos da Faculdade de Letras. Vemos sim estes senhores a apoiarem entusiasticamente destruição do ensino superior público, através do aumento de propinas, pois tal destruição só beneficiaria o ensino superior privado, sector onde bancos como o BPI dão cartas. Pois desengane-se quem pense que a educação não é um grande negócio, facto que os grupos financeiros já se aperceberam há muito tempo. Vemos, isso sim, estes senhores a apoiar uma possível transformação da universidade em fundação de direito privado, pois isto possibilitaria a entrada directa de capital de grupos como o BPI ou a Sonaecom, possibilitando ainda a moldagem do ensino superior às necessidades do capital, e retirando lucros enquanto este processo se desenrola.

Poderá alguém crer que o BPI, a Sonaecom ou a Zon Multimédia estejam preocupados com a universalidade do ensino superior público ou a sua componente civilizacional e progressista? Em nome do lucro tais valores são rapidamente postos de lado.

18/12/2008

Fotografias do Centenário

Kátráká!

Como inauguração definitiva deste blog e -paralelamente- como forma de aprendermos a trabalhar eficazmente neste formato, aqui está uma primeira escolha de fotografias tiradas no 59º Centenário da Real República do Bota-Abaixo. Por ordem cronológica, as fotos (escolhidas a dedo, destacando-se de outras com lentes e mentes mais desfocadas) acompanham o percurso da festa, desde o estranhamente inexistente (mas muito presente) pré-centenário, atravessando o dia seguinte, e culminando no que se viu e se relembra aqui.

E que seja por muitas mais centenas de anos!